O Diretor-geral Adjunto do Fundo Monetário Internacional diz que Moçambique está a recuperar bem do impacto devastador dos ciclones Idai e Kenneth. Tao Zhang defende que as reformas políticas em curso devem ser implementadas nos próximos três anos.
Tao Zhang manteve, hoje, um encontro, à porta fechada, com o ministro da economia e Finanças, Adriano Maleiane, e o Governador do Banco de Moçambique. À sua saída o Diretor-geral Adjunto do Fundo Monetário Internacional (FMI) elogiou as reformas macroeconómicas em curso no país.
“Nós tivemos boas discussões e revimos os principais temas. Estou particularmente satisfeito com o desempenho económico, que tem estado bom e o país está a recuperar bem do impacto devastador dos ciclones tropicais Idai e Kenneth, registados no ano passado”, avançou o responsável.
Sobre a recuperação em relação aos ciclones Idai e Kenneth, Zhang disse não ter dúvidas que “resulta de boas políticas e reformas que tem estado a ser implementadas nos últimos três anos. Nós esperamos que as políticas e reformas continuem nos próximos três anos, em particular em áreas que promovam a estabilidade macroeconómica e as reformas estruturantes incluem as reformas governamentais”.
Olhando para o futuro e desafinado o novo Governo de Filipe Nyusi, o Diretor-geral Adjunto do FMI avançou que estava convictos que se a nova liderança do Presidente e seus colegas continuar a implementar este conjunto de políticas e reformas macroeconómicas, o país terá uma perspectiva positiva e que o Fundo Monetário Internacional mantém o comprometimento de trabalhar com o Governo e a população de Moçambique.
A visita de Tao Zhang a Moçambique acontece numa altura que está em cima da mesa a retoma ou não do apoio ao Orçamento do Estado por parte dos parceiros de cooperação, em particular do FMI e o Banco Mundial.
Desde 2016, altura que se tornou público o escândalo das dívidas ocultas em Moçambique, o FMI e outros parceiros de cooperação suspenderam o apoio ao Orçamento do Estado moçambicano. Umas das questões que se coloca é que há desenvolvimentos do caso na justiça moçambicana, uma das condições colocadas pelos parceiros para a retoma de ajuda ao orçamento, mas ainda não houve um posicionamento claro dos parceiros de cooperação.
Recorde-se que Ricardo Velloso, chefe da missão do FMI que visitou Maputo, em Novembro passado, disse que se o Governo moçambicano tiver interesse em conversas sobre um possível programa de apoio financeiro, o FMI estava aberto a esse pedido.
A messa abertura tinha sido dada por Abebe Selassie, Diretor do Departamento de África do FMI, em declarações à Lusa, em Washington, a 18 de Outubro de 2019.
Fonte: O Pais