Nos últimos tempos, o país vem registando a ocorrência de chuvas que culminaram em cheias que prejudicaram algumas zonas da província de Maputo e outras localidades do sul do país.
ARMÉNIO MUCACHE (texto e fotos)
A acrescentar ao registo de cheias nas zonas baixas, verifica-se um cenário dantesco de águas estagnadas nas ruas do município de Maputo, fenómeno que segundo o testemunho de comerciantes dificulta a actividade comercial na cidade.
“Ultimamente, devido ao mau tempo é muito difícil desenvolver qualquer tipo de actividade comercial. Embora o teu estabelecimento se encontre num local menos afectado, a fonte onde vamos adquirir nossos produtos pode-se encontrar afectada e, por vezes, de difícil acesso por conta das águas nas ruas”, disse John Claude Bavankure, proprietário da lanchonete ‘Frescata’ e comerciante do mercado de Mavalane.
Além da dificuldade no acesso aos pontos de “stock”, Bavankure aponta também para a falta de clientes nesta época chuvosa como mais uma consequência negativa no comércio.
Oliver, proprietário da ‘Mercearia Oliver’, também comerciante do mercado de Mavalane não foge dos argumentos apresentados por Bavankure, mas destaca a subida de preços de alguns produtos que comercializa como a principal nota negativa, que tem a tendência para piorar com a manifestação de mau tempo.
“Para o meu negócio, em particular, que é a venda de produtos alimentares, acção nenhuma se pode tomar a não ser esperar até que o mau tempo passe e retomemos à normalidade”, disse o comerciante durante a entrevista e acrescentou que “por vezes, o estabelecimento não abre porque há água das chuvas estagnada na rua de acesso ao seu ponto de venda”.
Impactos nas importações e medidas de adaptação
Os problemas reportados um pouco por todos os comeriantes não só afectam o mercado de Mavalane como também o de Xiphamanine, segundo declarações de Tounkara Sekou, proprietário da loja ‘Tounkara Shop’.
Sekou, ao invés de outros comerciantes, adoptou uma atitude mais positiva e foi avançando com uma medida de adaptação perante a redução de clientes ocorrida devido ao registo de más condições climatéricas.
“A chuva faz com que as pessoas saiam de casa para trabalhar, assim como vir até à loja. Temos ainda muitos artigos que já passaram do tempo previsto de venda (e cujo prazo de validade está prestes a expirar), e diante dessa situação de redução de clientes, optamos por colocá-los em promoção de modo a ver se os mesmos escoam e a trazermos um novo stock“, explicou.
Sekou vê igualmente oportunidades na estação que se inicia, afirmando que é uma boa época para os comerciantes investirem na importação de roupas que “aqueçam o corpo humano”. Segundo o mesmo, os produtos são importados via marítima, o que significa que é necessário a ocorrência de bom tempo para que os navios possam navegar sem contratempos. “Portanto, há uma necessidade de se solicitar o novo stock com antecedência para que não se sinta a sua demora na chegada aos portos nacionais.
Os comerciantes esperam que as chuvas parem para poderem avançar com os seus negócios na maior tranquilidade e atingir as metas traçadas para o corrente ano. Entretanto, nada como usar da criatividade para fazer frente às maleitas provocadas pelas chuvas, que a julgar pelas previsões ainda vão fazer mais estragos e dar mais prejuízos aos vendedores.